domingo, 13 de junho de 2010

O último e-mail


Num dia estamos vivos. No outro, quem sabe?

Um primo meu, poeta, mas fumante desde os 14 anos, estava tentando recuperar-se de um infarto.
Não ia muito bem, estava triste, cansado, sem muito ânimo...
Numa madrugada, um pouco antes de dormir, resolvi escrever um e-mail pra ele, incentivando-o a dar a volta por cima, a estimular-se, a aproveitar a vida que ainda tinha.
Fui acordada com a notícia de que estavam tentando reanimá-lo.
E ele não resistiu.
55 anos. Alguns belos sonhos realizados, mas quanta coisa ainda por fazer...
Numa de suas poesias já despedia-se de todos, do jeito que descreveu: num domingo chuvoso...e, provavelmente, levando as lembranças do bairro Menino Deus.
Meu e-mail? Nunca o lerá. Foi o último enviado para aquele endereço eletrônico. E devo apagar seus contatos...mas ainda não o fiz...

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